Luxor – Egito

Após nossa estadia em Baharya Oasis fazendo Workaway, fomos conhecer o restante do Egito. Passamos por Cairo, Aswan, Abu Simbel, Luxor e Sharm El Sheikh. Neste post vamos falar especialmente sobre a incrível cidade de Luxor, com algumas dicas para quem, como nós, viaja low cost, tentando economizar o máximo.

Luxor é parada obrigatória! Embora a maior atração da terra dos Faraós sejam as Pirâmides e a Esfinge, a alguns quilômetros de Cairo encontra-se o maior número de sítios arqueológicos de todo o Antigo Egito.

Após fazer Aswan e Abu Simbel fomos para Luxor. Fomos novamente de trem, mas dessa vez 2° classe, que custou 60 EGP. Lembrando que viajar de trem é o meio de  transporte mais acessível no Egito. 

Luxor é dividida em duas partes, West Bank e East Bank. No East Bank é onde localizam-se os hotéis, os Templos de Karnak e de Luxor e o Museu. Se locomover nesta região é muito fácil, sendo possível fazer tudo caminhando. Já na West Bank, é necessário algum transporte. O dono do Hotel onde ficamos hospedadas nos conseguiu um carro particular a um preço bom (350 EGP para as duas, ou seja, cerca de R$33 para cada). O motorista nos esperava em cada ponto que parávamos (coitado, e como esperou…), nos deixando a vontade para aproveitamos da melhor forma cada local.

Vamos indicar o hotel em que ficamos, pois o dono foi muito legal conosco, nos dando dicas e ajudando toda a hora. Ele até nos levou fazer uma carteira internacional de estudante, em que economizamos em todas as entradas dos lugares. Quando reservamos esse era o mais barato do site. Pagamos U$20 para as duas por duas noites. Sendo assim, não espere  muito conforto, mas você terá seu cantinho com banheiro privado.

Caminhando pelas ruas de Luxor é nítida a diferença entre andar na confusão e caos humano de Cairo. Embora você ainda será parada todo minuto e quase perseguida para pegar taxi, charrete e passeios, em Luxor não é tão estressante como Cairo. A dica que deixamos é: se você não deseja o serviço, não responda e não olhe nos olhos. Um amigo egípcio nos disse que no momento que você olha nos olhos para eles é como se eles já tivessem conseguido vender o produto. Nós até cansamos de dizer “no, thank you”, mas eles se fazem de surdos e continuam a insistir milhares de vezes. Então não perca seu tempo e energia tentando ser simpático. Outra dica importante é: quando for entrar em qualquer atração turística, principalmente nos templos, vão estar cheios de egípicios tentando “pescar” os turistas para pedirem gorjeta. Eles te puxam para um canto em lugares estratégicos e mostram alguma paisagem diferente ou se oferecem para tirar foto (tanto de você quando deles) e logo depois ficam atrás pedindo dinheiro. Também sempre leve óculos de sol, roupa confortável, água e lanche. Comprar em ponto turístico será sempre muito mais caro e barganhar com eles é MUITO estressante!

E agora, antes de conhecer a respeito dos lugares em que visitamos, curte aí nosso vídeo produzido sobre Luxor 😀

Agora vamos conhecer um pouquinho a respeito dos locais em nosso roteiro na cidade:

Templo de Luxor

Acordamos cedinho e as 6 horas da manhã já estávamos entrando no Templo de Luxor para aproveitar os primeiros raios de sol e a tranquilidade do templo sem nenhum turista. Só tinha nós duas lá dentro e os trabalhadores, e essa paz permaneceu por cerca de duas horas! Estávamos hospedadas bem perto, então fomos a pé mesmo.

O Templo de Luxor possui uma beleza e uma energia singular, não sei se é por conta do sossego do espaço sem turistas, mas já tínhamos ouvido falar desta energia antes, além de ser considerado um dos templos mais bonitos do Egito. Logo na entrada nos deparamos com duas estátuas gigantes de Ramsés II e um obelisco. Originalmente existiam dois obeliscos, mas um foi levado para Paris como um presente e hoje decora a Praça de La Concorde. A construção foi iniciada na época de Amenhotep III e aumentada mais tarde por Ramsés II e só foi finalizada no período muçulmano. Portanto, é o único monumento do mundo que contém resquícios das épocas faraônica, greco-romana, copta e islâmica. Este templo era dedicado as mesmas divindas do templo de Karnac, apesar de suas dimensões serem menores.

  • Horário: Diariamente das 6h às 17h.
  • Valor: 100 EGP, estudantes pagam meia.

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Templo de Karnac

Templo de Karnac é o maior do Egito! Ele era conhecido como Ipet-Sut, que quer dizer “o melhor de todos os lugares”. Nada foi descuidado na sua construção onde trabalharam no local cerca de 80.000 pessoas. Segundo arqueologistas e historiadores, o Templo de Karnak foi ampliado por diversos reinados egípcios ao longo de mais de 1700 anos. É uma pena que muitas áreas hoje em dia só restam ruínas, mas ainda existem várias pinturas originais. Incrível!

O espaço esteve submero nas areias por mais de mil anos! As escavações tiveram início em meados do século XVIII e o enorme serviço de restauro e manutenção continua até hoje. O templo foi dedicado a uma sagrada família de egípcios, conhecida como Tríade Tebana, formada pelos deuses Amon (pai), Mut (mãe) e Khosu (filho).  Lá também eram realizados vários estudos nos campos de matemática, astrologia e engenharia. O que mais nos chamou a atenção no enorme templo são as lindíssimas colunas (134 colunas gigantescas). No templo, também encontra-se um lago que era sagrado para os egípcios da antiguidade.

Há também a “avenida das esfinges”, estrada escavada que levava do Templo de Luxor ao Templo de Karnak. São mais de 3km de caminho com pequenas esfinges de ambos os lados.

  • Horário: Diariamente das 6h às 18h.
  • Valor: 120 EGP, estudantes pagam meia.

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Vale dos Reis

Após inúmeros saques nas tumbas (já era quase uma profissão na época), o faraó Tutmósis decidiu no século XIII a. C construir sua tumba de maneira escondida, evitando que sua paz eterna fosse incomodada pelos saqueadores. Desta maneira, em meio as enormes rochas, surgiu o Vale dos Reis. É IMPRESSIONANTE pensar como eles escavaram tudo aquilo, são diversas tumbas subterâneas no vale,  ao todo, já foram levantadas quase 150 tumbas, que vão desde uma única câmara até as mais complexas. Nem todas as tumbas estão abertas para visitação, e algumas ficam fechadas para serem restauradas ou para obras de manutenção. 

Também não é permitido fotografar dentro das tumbas e nem entrar com câmera, a câmera já fica no porta objetos. Entretanto, como tudo o Egito, se você tiver dinheiro, você pode. Com um bilhete adcionional de – PASMEM – 300 EGP, você pode tirar fotos, exceto em algumas tumbas onde você tem que pagar um preço adcional (como a do Tucancâmon, Sethi 1° e a do Ramsés VI) e é totalmente proibido fotografar.

Obviamente não pagamos o ticket extra para fotografar, entretando “choramos” para o homem que se encarrega de guardar as mochilas e ele já lançando olhares de gorjeta me deixou passar com a mochila da câmera, dizendo que iria “me ajudar”, mas na verdade, obviamente, ele só queria dinheiro. Entretanto, em cada tumba que você entra, você tem que apresentar o ticket, pois você só tem direito a entrar em 3. Os fiscais ficam lá dentro também pedindo o ticket de fotógrafo para quem tiver com a câmera em mãos. Ou seja, para fotografar sem o ticket, você precisa dar gorgeta para os fiscais, ou tentar alguma foto quando não estão olhando, que foi o que eu fiz, mas não use flash, pois a luz intensa pode prejudicar as cores. Na saída eu dei 5 EGP para o homem do porta objetos e ele ficou bravo achando pouco.

A tumba mais intacta e famosa é de Tucancâmon, que ficou por sorte escondida até 1922, quando foi encontrada por um arqueólogo. Infelizmente, como não podíamos gastar muito, não fomos, mas se você estiver com um dinheiro extra, creio que valha a pena.

Dica importante: Logo ao lado do guichê de compra dos tickets, terá outro guichê querendo vender outro ticket para levar você de trenzinho até a entrada das tumbas. Entretando, se você não sofre de nenhum problema físico, vá caminhando, pois não é longe!

  • Horário: Diariamente das 6h às 17h (inverno) e das 6h às 19h (verão).
  • Valor: 120 EGP,  estudantes pagam meia.

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Templo de Hatshepsut

Após conhecer o Vale dos Reis, pertinho dali se encontra o impressionante templo de Hatshepsut, talhado nas rochas. Ele foi construído para ser um templo funerário ou comemorativo para a rainha Hatchepsut, que foi uma das maiores e mais poderosas rainhas da História Egípcia, até mesmo mais famosa que Cleópatra. O reinado de Hatshepsut foi conhecido por um tempo de paz e de grande estabilidade econômica.

A grande área em frente ao templo de Hatshepsut era um grande jardim, com diferentes espécias de fauna e flora. Hoje, o destaque vai para as várias estátuas da rainha que decoram o pórtico da entrada do templo, representando ela como homem. Alguns historiadores afirmam que ela gostava de ser representada com formas masculinas (sem seios e com barba) para reforçar a ideia de poder.

Em 1997, o templo foi cenário de um triste atentado terrorista envolvendo turistas. Conhecido como o Massacre de Luxor, o ataque vitimou fatalmente 58 turistas e deixou muitos outros feridos.

Dica importante: Assim como no Vale dos Reis, logo ao lado do guichê de compra dos tickets, terá outro guichê querendo vender outro ticket para levar você de trenzinho até a entrada do templo. Entretando, se você não sofre de nenhum problema físico, vá caminhando, pois não é longe!

  • Horário: Diariamente das 6h às 16h (inverno) e das 6h às 17h (verão).
  • Valor: 80 EGP, estudantes pagam meia.

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Detalhe da faraó sendo representada como homem

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Colossos de Mêmnon

Os colossos de Mêmnon são duas estátuas gigantescas do faraó Amenófis III. Elas foram feitas em quartzito, possuindo cerca de 18m e 1300 toneladas. As estátuas serviam como guardiãs do templo funerário do faraó, que foi completamente destruído devido as inundações do Rio Nilo. Vale a pena a visita, ainda mais por ser gratuíto.

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Medinet Habu

Este templo foi indicação do dono do hotel onde ficamos hospedadas, que disse que valia muito mais a pena do que visitar o Vale das Rainhas. Não fazíamos ideia do que era Medinet Habu, mas seguimos o seu conselho e simplismente fomos surpreenendidas. Apesar de não ser tão visitado quanto os outros locais, sua beleza é encantadora!

O Medinet Habu é o templo mortuário de Ramsés III, tendo ele mesmo construído para sua própria memória e para ter seus feitos de combatente voráz lembrados após a morte. Ele é a fonte de relevos que descrevem o aparecimento e a derrota dos povos do mar durante o reinado de Ramsés III. As paredes são muito lindas e bem preservadas.

  • Horário: Diariamente das 6h às 17h.
  • Valor: 60 EGP, estudantes pagam meia.
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Entrada principal para o Templo
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Relevos e inscrições falam das vitórias de Ramsés II com cores ainda preservadas

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As estátuas de Ramsés III

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Existe também o Museu de Luxor, um museu menor e mais organizado que o de Cairo. Ele custa 120EGP, mas optamos por economizar este dinheiro e entrar novamente em Cairo para conseguir filmar e fotografar, já que da primeira vez entramos sem os equipamentos, pois recebemos a informação de que era proibido.

Esperamos que gostem!

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2 comentários Adicione o seu

  1. Marcelo Lupi disse:

    Estou encantado com o Blog, tudo bem claro, fotos belissimas bahhhh, e a filmagem que a gente parece estar lá,,,,,demais, parabens!

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    1. mundosemmuros disse:

      muuito obrigada Marcelo, que bom que gostou!! Confere nosso novo site/blog mundosemmuros.com. Um abraço!!

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